Motos versus motocars na fronteira com o Brasil
|Por Riba de Castro, Sertãobras, 28 de julho de 2011|
Na última viagem a Puerto Maldonado, em 2009, constatamos que os motocars predominavam sobre as motos e carros.
Veja fotos da viagem da Sertãobras a Puerto Maldonado em 2009
Sendo a cidade peruana mais próxima da fronteira brasileira, a 3 horas pela Interoceânica, pensamos que os benefícios do motocar logo logo seriam visíveis do nosso lado da fronteira.
Puerto Maldonado é a cidade com mais infraestrutura para motocars. Tem até pista exclusiva
Os motoristas das motos (unilineales) são obrigados a usar capacetes
Dois anos depois, surpresa! As motos predominam largamente, os motocars recuam. Por que tanta moto, comparado com o resto do Peru? O garimpo.
Garimpo na região de Mazuko.
O garimpeiro compra a moto com menos de um mês de trabalho: 750 dólares. Ele é sozinho, e precisa de um veículo que entre em qualquer picada no meio da mata. Que o leve rapidamente a qualquer canto. O motocar é um veículo usado mais como táxi e para a família.
Motos de garimpeiros ao lado de região de mineração em Puerto Maldonado.
Como a região está sendo invadida pela corrida do ouro, tudo muda. O agito maior se transferiu para o antigo povoado de Mazuko, a 2 horas a leste, epicentro do garimpo. A ocupação da fronteira peruana se encontra com a expansão da fronteira brasileira, com os bens e os males dos dois povos.
Em Mazuko há muitos motocars com espaços para levar carga na traseira, que atendem a famílias e ao garimpo
Viaje por un sol
Alberto Nunes, mototaxista há dez anos no aeroporto de Puerto Maldonado,
diz que o preço do serviço é um quilômetro por sol, sendo a carreira mínima de dois soles – algo como R$1,14.
Nunes conta que as pessoas preferem o motocar ao taxi convencional,
por causa do calor, e quase não há taxis. “As pessoas se sentem mais cômodas em algo que é ventilado”,
diz ele, na fila de mototaxistas esperando passageiros.